quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Aquele negócio que palpita mandou dizer



A pior parte é não poder fazer absolutamente nada em relação a isso. NADA. Eu não sofro o tempo inteiro. Mas fica parecendo que sim. Não quero passar isso a ninguém, é só que eu escrevo quando sofro e quando não sofro eu aproveito o não sofrimento como se deve fazer. Escrever diminui minha dor, por isso escrevo sofrido.

Escrevo o coração. Cada batida, uma palavra. E agora ele bate fraco, mal palpita. Suas batidas de saudade, antecipada sabe? Aquela que você sente porque sabe que vai sentir. Acho que é a pior. Coração bate de ideias ruins na cabeça. Aquelas que aparecem quando não se tem mais nada para fazer, aquelas que agoniam, aquelas que beliscam. Essas mesmas, sabe?

Minha vida continua sendo vivida, não se confunda. Nenhum acontecimento foi parado por causa disso. Aliás, até tenho tentado fazer mais coisas para manter a mente ocupada, sem beliscões daquelas malditas ideias. Mas a noite vem, a vida fica calma, os beliscões aparecem. É como se uma parte do que eu tinha tenha sido arrancado, de uma hora para outra e eu ainda estou meio perdida, meio sem saber o que fazer. Acho que você concordaria comigo se estivesse aqui. Mas eu sei que você não entende, porque não está aqui onde estou. Só eu estou onde estou.

Sei que repito essa ladainha o tempo inteiro, mas é que é verdade, entende? Só que é difícil de acreditar. Ou de realizar. Ou de viver. Não para mim, para você.

Não é tão difícil para você quanto é para mim. Aliás, não é difícil para você. É fácil, muito fácil. Sei nem se sentiu o que dizia, mas isso eu nunca poderia saber. Nada sabemos da alma alheia, a nossa já nos dá muito trabalho.

Não sei se me fiz entender, talvez nem tenha tentado explicar propriamente. Não me leve a mal, não pense que só reclamo. Talvez só tenha tentado falar o que viesse na cabeça, o que aquele negócio que bate tenha me mandado falar. Sabe como é, ele que manda em mim.

Nenhum comentário: